Quantos presidentes o Brasil já teve, quais são eles e o que cada um fez de mais importante

Desde 1889, quando a República foi proclamada no Brasil, o país viu uma longa e tumultuada sucessão de presidentes. Foram militares, civis, eleitos, interinos, populistas, tecnocratas e até ditadores, todos com impactos profundos — para o bem ou para o mal — na trajetória nacional.

Mas afinal: quantos presidentes o Brasil já teve?

Ao longo da história republicana, o Brasil teve 39 presidentes, incluindo aqueles que assumiram interinamente, os que não chegaram a tomar posse e os que voltaram ao poder em mandatos não consecutivos. O atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva, é considerado o 39º, somando três mandatos: 2003–2010 e o atual a partir de 2023.

Vamos a eles — um por um — com o que ficou de mais relevante em cada gestão.

Deodoro da Fonseca (1889–1891)
Militar que proclamou a República. Assumiu como chefe do governo provisório e renunciou diante de forte crise institucional.

Floriano Peixoto (1891–1894)
O “marechal de ferro”. Reprimiu revoltas e consolidou a nova ordem republicana à força.

Prudente de Morais (1894–1898)
Primeiro presidente civil, trouxe relativa estabilidade após anos conturbados.

Campos Sales (1898–1902)
Implantou o “funding loan”, renegociando a dívida externa, e organizou financeiramente o país.

Rodrigues Alves (1902–1906)
Transformou o Rio de Janeiro com saneamento e reformas urbanas. Foi responsável pela polêmica campanha da vacina.

Afonso Pena (1906–1909)
Investiu em educação e infraestrutura ferroviária.

Nilo Peçanha (1909–1910)
Criou o Serviço de Proteção aos Índios. Assumiu após a morte de Afonso Pena.

Hermes da Fonseca (1910–1914)
Enfrentou a Revolta da Chibata e o início do movimento tenentista.

Venceslau Brás (1914–1918)
Presidiu durante a Primeira Guerra Mundial. Enfrentou crises econômicas e de saúde.

Delfim Moreira (1918–1919)
Assumiu interinamente após a morte de Rodrigues Alves, doente e ausente de decisões relevantes.

Epitácio Pessoa (1919–1922)
Primeiro presidente eleito fora do eixo sudeste. Enfrentou greves e revoltas.

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Artur Bernardes (1922–1926)
Governo autoritário, marcado por estado de sítio e repressão aos tenentes.

Washington Luís (1926–1930)
Foi deposto pela Revolução de 1930, após se recusar a aceitar a vitória da oposição.

Getúlio Vargas (1930–1945 e 1951–1954)
Estadista central na história brasileira. Criou a CLT, a Justiça do Trabalho e modernizou a indústria. Suicidou-se em 1954.

José Linhares (1945–1946)
Presidente interino, conduziu a transição entre Vargas e Dutra.

Eurico Gaspar Dutra (1946–1951)
Promulgou a nova Constituição de 1946. Alinhou o país aos Estados Unidos.

Café Filho (1954–1955)
Assumiu após o suicídio de Vargas. Enfrentou resistência política e crise institucional.

Carlos Luz (1955)
Presidente da Câmara, comandou o país por apenas três dias antes de ser afastado por tentar impedir a posse de JK.

Nereu Ramos (1955–1956)
Presidiu interinamente para garantir a transição para Juscelino Kubitschek.

Juscelino Kubitschek (1956–1961)
Construiu Brasília. Foi o símbolo do desenvolvimentismo, com o lema “cinquenta anos em cinco”.

Jânio Quadros (1961)
Renunciou após sete meses alegando “forças ocultas”. Um dos períodos mais enigmáticos da política brasileira.

João Goulart (1961–1964)
Tentou implementar reformas estruturais. Foi deposto pelo golpe militar de 1964.

Castelo Branco (1964–1967)
Primeiro presidente do regime militar. Implantou o AI-2 e restringiu direitos civis.

Costa e Silva (1967–1969)
Criou o AI-5, marco do endurecimento da Ditadura. Sofreu derrame cerebral.

Junta Militar (1969)
Três generais assumiram interinamente após a doença de Costa e Silva.

Emílio Médici (1969–1974)
Governo mais autoritário da Ditadura. Milagre econômico e censura intensa.

Ernesto Geisel (1974–1979)
Iniciou o processo de abertura política, ainda sob controle militar.

João Figueiredo (1979–1985)
Último presidente militar. Anistiou presos políticos e abriu caminho para a Nova República.

Tancredo Neves (eleito em 1985, não tomou posse)
Símbolo da redemocratização, morreu antes da posse, vítima de complicações cirúrgicas.

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José Sarney (1985–1990)
Assumiu após a morte de Tancredo. Sancionou a Constituição de 1988 e enfrentou hiperinflação.

Fernando Collor (1990–1992)
Primeiro eleito por voto direto após 1960. Sofreu impeachment por corrupção.

Itamar Franco (1992–1995)
Presidiu durante o Plano Real, que estabilizou a moeda e a economia.

Fernando Henrique Cardoso (1995–2003)
Consolidou o Real, atraiu capital estrangeiro e aprovou reformas estruturais. Foi reeleito.

Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010 e 2023–atualmente)
Nos primeiros governos popularizou programas sociais como o Bolsa Família, ampliou o o à educação. Voltou à presidência em 2023, após ar por um período de prisão e absolvição, conduz uma gestão marcada instabilidade econômica e desaprovação popular.

Dilma Rousseff (2011–2016)
Primeira mulher presidente. Sofreu impeachment durante crise econômica e política.

Michel Temer (2016–2018)
Implementou a reforma trabalhista e medidas de austeridade. Teve baixa popularidade.

Jair Bolsonaro (2019–2022)
Governo marcado por polêmicas na pandemia, não buscou desenvolver uma política externa mais adequada e criou embates institucionais desnecessários.

A história da presidência do Brasil é um retrato vivo das transformações do país. amos por monarquistas convertidos em republicanos, ditadores que se diziam salvadores, políticos hábeis e líderes populares. Cada um, com suas contradições, ajudou a moldar o Brasil que conhecemos hoje. Saber quem foram, o que fizeram e como governaram é fundamental para compreender os rumos da nossa democracia e os desafios que ainda temos pela frente.