Estados Unidos e China concordam com pausa temporária nas tarifas comerciais e iniciam processo de reversão gradual das sobretaxas que marcaram a guerra comercial
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (12), a suspensão temporária das tarifas comerciais impostas entre Washington e Pequim. A medida, fruto de um acordo entre os dois países, estabelece uma trégua de 90 dias nas sobretaxas que vinham sendo aplicadas sobre diversos produtos desde o início da guerra comercial.
De acordo com Scott Bessent, secretário do Tesouro norte-americano, o entendimento inclui uma redução mútua de até 115% nas tarifas adicionais aplicadas aos bens importados.
A decisão foi confirmada pela agência Reuters, que também destacou a disposição das autoridades chinesas em dar início ao processo de reversão gradual dessas medidas. O Ministério do Comércio da China informou que o procedimento de retirada das tarifas deve começar até o dia 14 de maio.
A medida é resultado direto das negociações realizadas no sábado (10), em Genebra, durante um encontro reservado entre representantes de alto escalão das duas maiores economias do mundo. A reunião ocorreu na residência do representante suíço nas Nações Unidas e marcou o primeiro diálogo presencial desde o agravamento das tensões comerciais.
O avanço nas conversas foi antecipado no domingo (11) por Bessent, que declarou haver “progressos substanciais” nas tratativas. A escalada mais recente do conflito havia sido provocada por uma nova tarifa imposta pelo então presidente Donald Trump, que elevou em 145% os impostos sobre determinados produtos chineses. Em resposta, o governo de Pequim adotou medidas equivalentes, com tarifas de até 125% sobre mercadorias norte-americanas.
Essas ações provocaram a interrupção do comércio bilateral e refletiram negativamente nos mercados financeiros ao redor do mundo, gerando incertezas econômicas em diversas regiões.
Apesar da sinalização positiva e do acordo temporário, Trump afirmou que ainda pode ser necessário “recomeçar tudo do zero”, indicando que o futuro das relações comerciais entre os dois países continua dependente de novas rodadas de negociação e concessões mútuas.
Leia também: