O pinhão, essa delícia que reina nas mesas de inverno, é muito mais que um ingrediente típico das festas juninas ou das rodas de chimarrão. Ele tem uma origem nobre e simbólica, enraizada no bioma da Mata Atlântica e no imaginário cultural do Sul do Brasil.
A origem do pinhão
O pinhão é a semente da araucária, árvore símbolo do Sul do Brasil. Também chamada de pinheiro-do-paraná, essa árvore majestosa domina as paisagens das serras e planaltos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A araucária pode chegar a 50 metros de altura e viver centenas de anos, sendo um verdadeiro monumento da natureza.
Durante os meses mais frios, suas pinhas amadurecem e se abrem, liberando o pinhão — essa semente tão nutritiva e versátil. É um ciclo que se repete ano após ano, marcando as estações e alimentando gerações.
A colheita do pinhão
A colheita do pinhão é quase um ritual nas regiões de araucária. Ela começa geralmente em abril e se estende até julho, época em que as pinhas caem ou são cuidadosamente retiradas dos galhos. Os pinhões são, então, cozidos, assados ou incorporados a pratos tradicionais que aquecem as noites de frio.
Além de seu sabor marcante, o pinhão é um alimento rico em nutrientes como proteínas, fibras e minerais, o que o torna um aliado da saúde. Sua presença nas mesas vai além do sabor — ele carrega um valor simbólico, que conecta quem o consome à força ancestral da floresta.
Conclusão
Saber de onde vem o pinhão é mergulhar em uma história de sabor, tradição e respeito pela natureza. Cada semente carrega o espírito das araucárias, árvores que testemunham o ar do tempo e oferecem suas dádivas àqueles que as respeitam. Assim, ao saborear o pinhão, participamos de um ciclo de renovação que mantém viva a chama das culturas do Sul do Brasil.
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