Aline Bieger, a promessa do handebol catarinense que brilha na Europa

Aos 23 anos, Aline Bieger é um exemplo vivo de como o handebol pode transformar vidas e construir pontes para o mundo. Natural de Palma Sola, município do oeste de Santa Catarina, ela carrega não apenas a paixão pelo esporte, mas também o orgulho de representar sua cidade e seu país. Em uma conversa franca e envolvente com o diretor do Jornal da Fronteira, Luiz Veroneze, Aline compartilhou sua jornada emocionante, suas conquistas e o que espera para o futuro como atleta profissional.

Desde pequena, o handebol já fazia parte do universo familiar de Aline. “Lá em casa, todo mundo sempre foi ligado ao esporte”, contou ela, com um sorriso de quem guarda memórias calorosas do apoio que recebeu. Com apenas 6 anos de idade, Aline já demonstrava talento e determinação para se destacar nas quadras. Palma Sola, sua cidade natal, também já tinha uma forte tradição na modalidade, o que contribuiu para moldar a mentalidade vencedora que hoje a caracteriza.

Foi nos primeiros anos de carreira que Aline percebeu que o handebol não seria apenas um hobby. Quando começou a disputar campeonatos municipais e regionais, seu potencial ficou evidente. Aos 15 anos, integrou as categorias de base de clubes importantes como Itajaí e Concórdia, cidades que são referência no handebol catarinense e nacional. Ali, ela conquistou títulos importantes como o JASC (Jogos Abertos de Santa Catarina) e campeonatos nacionais, além de participar do Mundial realizado na China, prova concreta de que o talento catarinense pode cruzar oceanos.

“Foi uma oportunidade para times grandes me ver jogando e quem sabe se interessar, uma experiência nova jogar um mundial de clubes também”, contou.

Durante as férias de 30 dias no Brasil, Aline fez questão de visitar a família e revisitar suas raízes. Em meio ao descanso, ela concedeu uma entrevista que revela sua visão madura e focada.

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“O esporte exige muita dedicação. Precisei abrir mão de festas, aniversários e momentos especiais com a família, mas tudo isso foi fundamental para que eu chegasse onde estou hoje”, afirmou ela, em tom sereno, mas seguro.

A atleta, que atua como ponta-direita, destaca que o nível de jogo na Europa é diferente.

“O estilo europeu é muito mais rápido e tático, as competições são de altíssimo nível, principalmente as organizadas pela IHF (International Handball Federation)”, disse Aline.

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Aline e o diretor do JF, Luiz Veroneze, durante a entrevista

Atualmente, ela joga pelo Iuventa Michalovce, da Eslováquia, clube de referência que conta com excelente infraestrutura e que se orgulha de manter as arquibancadas sempre cheias.

“O apoio local é impressionante. Os moradores tiram fotos conosco, a torcida lota a arena e o incentivo é constante. Isso faz toda a diferença”, comentou, animada.

Apesar de já ter conquistado títulos expressivos, inclusive o Sul-Americano com a seleção brasileira, em jogos realizados na Argentina, Aline ainda sonha alto.

“Muitas jogadoras sonham em jogar olimpíadas, eu tive o prazer de jogar um Sul-Americano e já foi uma experiência incrível, vestir a camiseta da seleção. Com toda a certeza jogar uma olimpíada está entre os meus sonhos, preciso de muito trabalho e dedicação, quem sabe um dia poder realizá-lo. Quero continuar evoluindo. Talvez jogar em um clube ainda maior, com mais visibilidade”, confidenciou.

Suas inspirações são atletas como Duda Amorin e Bruna de Paula, que fizeram história com a seleção brasileira de handebol. Para Aline, o esporte tem o poder de mudar vidas.

“Nunca imaginei chegar tão longe. Hoje, olho para trás e vejo como o handebol me deu tudo isso. Para quem sonha com o esporte, minha mensagem é clara: nunca desista.”

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O frio intenso da Eslováquia não foi um empecilho para a adaptação de Aline, mas sim um novo capítulo em sua jornada.

“No começo, foi difícil. As temperaturas chegam a -10 graus, as nevascas são pesadas. Mas com o tempo a gente aprende a lidar com isso”, relatou ela.

Essa resiliência, presente em cada o de sua carreira, também se reflete na rotina pesada de treinos: dois períodos diários, de segunda a sábado, intercalados por sessões de preparação física e jogos internos.

Aline sabe que cada sacrifício feito ao longo desses anos foi essencial para chegar ao topo.

“A vida de atleta exige foco. Precisei abdicar de muitas coisas, mas valeu a pena. Hoje eu colho os frutos desse esforço”, disse, com o orgulho de quem não apenas chegou longe, mas também sabe que ainda há muito por conquistar.

Com a pré-temporada se aproximando, Aline já projeta os próximos meses.

“Serão cerca de dois meses de trabalho físico antes dos jogos preparatórios e, logo depois, o início dos campeonatos”, adiantou. A atleta mantém o mesmo entusiasmo que a move desde os primeiros arremessos ainda na infância. Para ela, o handebol é mais do que um jogo – é um estilo de vida.

A ligação com a família permanece como pilar fundamental. “Sem o apoio deles, nada disso seria possível”, reconheceu. Essa humildade, combinada com disciplina e talento, explica por que Aline se tornou um dos nomes em ão no handebol catarinense.

Enquanto sonha em vestir a camisa da seleção brasileira em campeonatos mundiais, Aline continua trabalhando duro, sem perder a essência simples e determinada que trouxe de Palma Sola.

Seu conselho para os jovens que também desejam trilhar o caminho do esporte é direto e inspirador: “Acreditem. Cada treino vale a pena. O esporte exige esforço, mas recompensa quem se dedica de verdade”.

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E assim, a jovem atleta segue conquistando não apenas títulos, mas também corações. Sua história, tão autêntica e humana, ressoa como um lembrete de que a força de vontade e o amor pelo esporte podem, sim, mover montanhas.